
Lembro-me de Ana, das que tive mais louca,
Dentre tantas mulheres, amantes e amores
A que mais me causou arranhões e rancores
Bradava despudores e ascos, até ficar rouca
Nunca entendi direito seus templos de horrores
Transpirava todos em carne, soltando-os pela boca
Nem sei por que fechava os olhos ao tirar a roupa
Ou banhava-se na porra como se em água de flores
E saía de nossa cama leve, de alma lavada
Seu sexo era redenção, penitência e fúria
Podia entregar-se completa e multifacetada
O sorriso de canto de lábio soava luxúria
Revirava-se em prazer e não desejava nada
O gozo dela é ascensão nobre de sua lamúria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário