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quinta-feira, 17 de março de 2011

arbórea




sou daquele chorar de desespero
cantado ao ser parido
tenho um buraco na copa superior
que insiste em deixar o sol entrar

mas sou apenas o silêncio
numa terra chamada solidão
o viajante de corpo duro
que mal sai do lugar

sou apenas olhar distante
o amante frio que desertifica
e entrega sal e dor
ao ser que mais o amou

quantos passarinhos pousaram
nesses galhos secos e nada
encontraram nessa terra
devastada e inerte?

por um breve momento
de braços abertos amei
por um minuto fui flores
tão miúdas que secaram

não mais.





performance de Nayra Carvalho
e parceria na arte visual com Krista Yorbyck

2 comentários:

Anônimo disse...

Linda fotografia, a garota parece até algum ser encantado da floresta, daqueles gnomos que moram nas árvores. Parabéns.

Sindri disse...

é que a humanidade escapa