mordedura revelada
sem ater-se à presa
ou à agonia
do olho dilacerado
quatro lâminas a se tocar
nas pontas afiadas saboreia
a devoção ao sangue
refestelada na língua
entrega-se aos recortes
miúdos e quase mudos
à dor alheia
à liberdade entre os dentes
e ao nocauteado resta a lona
os caninos cravados
na nervura da carne
do confete rubro no chão.
performer: Nayra Carvalho
2 comentários:
Boa noite Larissa, quem exerce o mando se apodera de toda a pompa, e não deixa por menos, após sangrar a jugular da vitima o predador se enobrece em meio ao seu gigantismo. Belo poema. Parabéns. MJ.
De todo modo, estonteante... Seja lá como fôr! Excelente poema!
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