Não se percebe a malícia,
O amargo do mundo.
Quando criança,
Espiava da janela
Translúcida do quarto.
Tinha esperança
De ser feliz donzela,
Ser contente de fato.
Num momento qualquer,
Em que o sol se escondia,
Num quarto de mulher,
Vi uma figura estranha,
De olhos arregalados
E medo nas entranhas.
Fiquei receosa, pois seus olhos,
Eram apenas angústia,
Ânsia por algo perdido,
Jamais encontrado.
Naquele momento nada entendi,
Mas hoje sei
Que foi a mim que eu vi.
performer: Nayra Carvalho
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