enquanto esses olhos choram
as vísceras já não sangram
foram despejados da morada
não habitam mais meu coração
se quero do outro
me calo diante dele
transmuto-me Carmem
travestida em lábios carmim
quem dera saber ser eu
não sofrer mais
não mais sentir
quem dera...
não mais carmim!
rogo para que essas mãos
e essa carne encardidas
não mais te enganem
estou distante de tudo
já não tenho compromisso
com a verdade plena
ou reservas
para paixões tardias
as promessas se calaram
numa ópera sofrida
e aquele olhar impetuoso
não me pertencem mais.
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