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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

é agora réstia

























você, forasteiro próspero
sorri em minha tez
deixando supores
de minha epiderme

um tesão ocre
que reveste o hálito
e os lábios
de quem chora

O gosto da limalha
e da saudade
amarga a boca
antes beijada

atesta sem freio
esse poema obtuso
que reafirma a soma
de anseios e explora

sua audácia abriu sulcos
e liberou o glacial
da espinha ao córtex
fez-me nave vaga

declínio sob a mão
concreta e leve para tocar
uma resma, uma réstia
uma curva a me guiar

passo rumo ao parto
sutura e corte profano
pacto silencioso em gozo
da sua ilíaca e minha pele.






performer: Fabiano Barros

3 comentários:

Sidclay Dias disse...

Belíssimo poema.

Gostei muito do que estou a ler e ver por aqui.

Abraços aos dois.

Larissa Marques - LM@rq disse...

Obrigada!

Tim Soares disse...

Gostei muito, tanto que voltarei para ler mais. Principalmente se rolar aquele chá de morango, kkk, brincadeira.