preto e branco
caricato de um semblante
infame e descontente
de olhos virados
esbugalhados nos cantos
da face pária
nariz rasgando o céu
qual empino de revolta
e rajado de defeitos
cravados em dorso desavisado
serpente de aço
no subterrâneo metropolitano
indefino-me
talvez mero papel de abano
daqueles que se abrem
em conjugação perfeita
entregue à beleza
do movimento da mão alheia
assim no disfarce de minha vexa
por não ser mais que objeto
sou bem o desenho
opaco e acinzentado
rabisco de naif
sem olhos
sem face
preso na tentativa
de serventia
e não ter.
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