nesse tempo lento
ando de mão com o tempo
que deu-me um abraço ausente
para suportar a desordem
meu poeta espreita-me
pelas frestas do caos
e sem sucumbir compõe-me:
nãos, versos e súplicas
e bem antes de ver o céu queimar
dispensa acordes certos e foge
dos dias que hão de raiar
não chora, para não mais sorrir
quem mais seguiria meus passos
nessas ruínas sitiadas
nessa cidade de pedras
cimento, pó e desistências?
segue-me de olhos perplexos
na envergadura desse medo
que insiste em nos pregar peças
e cada vez mais nos afastar
eu de boca fechada e olhos vendados
por ignorância e pouca razão
seguirei meus sentidos
sem dar ouvidos ao meu coração
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