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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

negro





dissidente, meu olho negro mente
faz-se escorrer em lágrima impune
poupa-me a visão do poço demente
da imagem soberba sobre o cume

haveria me perdido em esse oco
jogado-me de propósito no fosso
lamparina ainda em meio ao soco
dado no ar na tentativa de meu rosto

minha utopia misturada ao ópio
deixam-me ausente de ser próprio
cansam-me as frestas, cegam-me os braços
espero libertar-me do concreto e do aço

mas a rotina prende-me a mais um dia
que em qualquer manhã ata-me a angústia
abandono-me em silêncio na tarde vazia
e não me ouço em noites de falésias e falácias.

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