
impaciente e alvoroçado é o bailar
desses cactos que tomam formas
transparentes sob neblinas azuis
vaga como ecos nas correntes do peito
mais que um badalar de andarilho solto
nas senhas virtuosas da existência
marcada por labirintos não há sombras
apenas a luz dum futuro surpreendente
e a sintonia ruída pelo tempo e descaso
ainda roga a inadimplência com o vazio
ah, elevai os acordes para que despertem
os guerreiros vigorosos que já não bradam
e que venham imponentes
incendiando paraísos artificiais
e aviem assim demônios de face sorridentes
intempestivos cortam feito raios
os caminhos fugidios
queimam todas as terras produtivas
e anseiam por mulheres e crianças
ah, outrora como serpentes silenciosas
avançam em vãs ilusões
mas se o canto que chega nesse ventre
fecundo chorar não haverá força
que aniquile todas as coisas belas.