Esse é o resultado do trabalho de dois artistas livres! Sindri Mendes traz o olhar intenso e explosivo enquanto Larissa Marques imprime palavras ácidas. Confira o resultado!
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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Esquecida
sob o poder do ópio,
Ou enfeitiçada por mandingas
De alguma mal parida
Finei com todos os pudores
Aos pés do santo altar comercial
Quanta hipocrisia,
Não há nenhuma poesia
Que não seja luxúria.
Braços em corpos,
Mãos e bocas nos seios
Outras nos meus pés
Línguas me tocando
Dentes me mordendo,
Sexos me invadindo,
Ombros despidos, mordidos,
Tomados pela devassidão
Não há amor, há paixão.
Existir, somar, subtrair, multiplicar,
Inserir, acoplar, curva-se, desejar.
Errante, liberta, sou partícula,
Ora sólida, ora líquida,
E naquela aura densa, vaporosa,
Dilatava-me onírica.
Acreditava em tudo,
Enquanto abraçava o vazio.
Dedos, mãos, bocas, línguas,
Palavras tão minhas, dentro de mim.
Não há poesia que não seja luxúria.
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