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segunda-feira, 5 de julho de 2010

autodestruição

























desejei o submundo
o cais do porto
a maresia que guarda tudo
o cheiro da morte

faltou-me o nome
sobrenome, pão
memória e costela
e ainda quis o desterro

destruí minha retórica
remoí minhas vísceras
e servi no jantar
com vinho barato

venéreo, contaminei algumas
virgens astutas
doces prostitutas
e carolas malamadas

desfolhei cadernos
anotações rasas
versos nulos
para amores vãos

e só tenho o que não quero
palavras falhas
mãos calejadas
pensamentos execráveis

a vaga lembrança
que resplandeci
talvez amei, não sei,
já faz tanto tempo

antagônicos aos desejos bobos
quereres utópicos, ouro dos tolos
almejei apenas ser sozinho
e não sou.

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